sábado, 14 de novembro de 2009

Separações


Pouca coisa no mundo há de mais complicada do que uma separação. Por mais que seja desejada, planejada, acordada e, sobretudo, necessária, sempre é um momento desolador. Às vezes queremos nos livrar daquela pessoa o mais rápido possível, queremos ver o diabo e não queremos vê-la; às vezes queremos lhe perdoar todas as falhas, abraçá-la e fazer as pazes. E por mais que essa pessoa nos tenha magoado, ferido; no fundo (bem no fundo!), temos a esperança de que as coisas voltem ao normal, ao início do relacionamento, quando tudo eram flores. Infelizmente, em alguns casos, essa volta no tempo não é mais possível e resta apenas aquele gosto amargo de fracasso.
Lembrei, agora, de uma música muito antiga e, confesso, meio brega, que fez muito sucesso na voz de Márcio Greyck, e que dizia: “[...]Quantas vezes nos dissemos eu te amo prá tentar sobreviver./Aparências nada mais,/sustentaram nossas vidas,/Apesar de mal vividas /têm ainda uma esperança de poder viver./[...]”. Sobreviver??? Isso é algo que nós fazemos todos os dias no mundo, mas o que queremos mesmo é VIVER! Queremos ser felizes, rir, ser amados, amar, estar com os amigos, sentir a brisa no rosto numa tarde de verão, olhar o pôr-do-sol em boa companhia, tomar um chopp e jogar conversa fora. E é hora de questionar se vale a pena viver só de aparências. Temos tanto potencial para ser desperdiçado com uma existência apática?!
Deve-se levar em conta que, muitas vezes, a separação parece irreversível, mas depois que a poeira baixa, vê-se que a ferida não é tão funda assim. Portanto, não é aconselhável tomar nenhuma medida de cabeça quente. Não se precipite escolhendo uma nova pessoa para substituir quem se foi, só para preencher um vazio no coração e na cama. Dizem que um velho amor se cura com um novo; pode até ser, mas é preciso muito cuidado para não magoar alguém que não tem culpa de nada. Não estou dizendo que não se deve procurar uma companhia agradável que faça esquecer os problemas e ajude a levantar o astral, muito pelo contrário; a única recomendação é que se seja absolutamente franco e que a situação seja a mais clara possível para ambos.
A separação é um processo natural da vida, todos passamos por ela – e quem ainda não a enfrentou em quaisquer de suas formas, esteja certo de que um dia estará frente a frente com ela, – pois ninguém é propriedade privada do outro. Todos cometemos erros na intenção de acertar e continuaremos assim por toda a existência; então, àqueles que se separaram, aconselho que continuem buscando a felicidade, seja com outra pessoa, seja com a mesma, seja até sozinho. Vão ao cinema, assistam a um filme bem romântico, passeiem à beira-mar, namorem bastante e acima de tudo: VIVAM E DEIXEM VIVER!

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