domingo, 29 de novembro de 2009

A Libertina (continuação)


Com todo o cuidado para não machucar, Paola retirou o pênis, agora adormecido, de dentro de sua vagina e caminhou, nua e ainda com as pernas bambas, em direção ao rack onde guardava sua câmera fotográfica. Ao virar-se, pôde notar a tensão estampando-se no rosto de Caio e disse:
— Amor, você tem certeza que quer essa mudança?
— Cl-claro.
— Olha, uma mudança desse calibre precisa vir da sua vontade e não de uma necessidade de momento. Você tem que querer passar por tudo isso, não dá pra fingir que vai mudar. Pode ser um processo muito doloroso, especialmente para você.
— Paola, eu quero! Você é assim, então eu também posso ser...
— Você tem razão: eu sou assim, mas eu não nasci assim. Foi um aprendizado que eu iniciei ainda muito jovem. O ser totalmente livre de amarras sexuais não aconteceu do dia para a noite; foi difícil, eu sofri no início, chorei muito quando me obrigava a fazer algo que me violentava, mas ao longo dos anos minha mente foi se abrindo. Você também vai sofrer, você também vai chorar...
— Foda-se! Já disse que eu quero isso! Você não vai utilizar essa minha fraqueza como desculpa para se livrar de mim, ok?
— Ok. A motivação está totalmente equivocada, mas “sua cabeça, seu mestre”... – respondeu resignada. – Vamos começar pelas fotos, então.
— O que eu tenho que fazer?
— Feche os olhos e imagine que você está querendo me deixar excitada, me mostre como você é gostoso; como seu sexo é fabuloso, como ele fica apetitoso quando você se masturba e me ofereça ele.
Caio obedeceu, mas não sem algum constrangimento. Começou a acariciar seu pau adormecido com um certo pudor e delicadeza, mas à medida que ia ficando excitado, seus movimentos ficavam mais vigorosos. O corpo escorregou um pouco no sofá e ele abriu as pernas para exibir melhor a piroca para a lente de Paola, que fotografava freneticamente. Suavemente disse:
— Amor, com a outra mão acaricie seu escroto e não pare até gozar...quero fotografar seu leite saindo do seu pau e escorrendo por ele.
A situação atingiu o clímax quando o sêmen jorrou do pênis de Caio, que gemia de prazer, e acertou a lente da câmera que clicava um close do membro. Paola não pode mais aguentar, largou a máquina sobre a mesa de centro e colou seu corpo ao dele. Beijou-o da cabeça aos pés, cheia de ternura; envolveu-o em seus braços e ficaram assim, quietos, ouvindo a respiração um do outro, até adormecerem.
Acordaram bem-dispostos e alegres. Tomaram um banho. Paola, ainda com o corpo úmido, foi para a cozinha fazer o café, enquanto Caio fazia a barba. Ainda sentiam a volúpia da noite passada e, como andavam nus pela casa, fizeram amor de pé, encostados na parede do corredor. Com muita relutância vestiram suas roupas e Paola foi para a agência. Caio, por ser dentista e ter consultório próprio, tinha uma folga maior no horário. Aproveitou para ir até o seu apartamento e trocar de roupa. Seu sócio ficaria lhe aporrinhando o dia inteiro se ele aparecesse no consultório com a mesma indumentária e o cabelo molhado! Durante o trajeto até o trabalho, em Ipanema, foi relembrando como ele e Paola haviam se conhecido. Ela tinha ido ao consultório, por indicação de uma outra dentista, para fazer um tratamento de canal. Não passou despercebida: morena, olhos claros, divertida; suas roupas ora revelavam suas pernas, ora seu colo, ora suas curvas e escondiam muito mais. E muito cheirosa! A princípio, achava que ela nutria um interesse pelo seu sócio, mas como ela tratava ambos com a mesma naturalidade e a mesma malícia, ficava sempre na dúvida. Aos poucos ela foi deixando pistas de que, na verdade, sentia uma atração por ele, Caio. Eram olhares insinuantes, frases picantes, um deixar-se tocar... Quando se deu conta de que já havia chegado ao consultório, a garagem tinha ficado para trás e teve que dar a volta no quarteirão.
Na agência todos já sabiam que Paola tinha tido uma excelente noite, pois ela estava relaxada, de excelente humor, tirando de letra todos os “pepinos” que surgiam. Quase ao final do expediente o telefone celular tocou. Paola demorou alguns segundos para atender, pois o aparelho estava escondido sob uma pilha de papéis na sua mesa.
— Alô?
— Alô! Paola?
— Sim. Quem é?
— Oi! Sou eu, Eduarda Chiavenatto.
— Ah! Oi, Duda! Como vai?
— Tudo bem. E você?
— Tudo ótimo.
— Paola, eu estou te ligando para saber se você teria um tempinho para me mostrar as suas fotos? Eu estou muito interessada.
— E você já está voltando para São Paulo?
— Embarco no final da semana.
— Então, que tal marcarmos para depois de amanhã, quinta-feira?
— Por mim está perfeito.
— Certo. Você se importa se um amigo meu estiver presente? Ele também quer ver as fotos.
— É... Não, tudo bem. – Eduarda respondeu meio vacilante.
— Maravilha! Vou fazer um queijos e vinhos pra gente. Gosta?
— Depois daquele macarrão aos quatro queijos do nosso almoço, nem dá para dizer que não gosto, não é?
— Então estamos combinadas. Anota meu endereço.
(Continua)

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