sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Beijocas para os meus amados (em ordem alfabética, tá!): Eduardo e Maurício. O primeiro tem os olhos mais sensacionais que eu já vi e o segundo tem o descaramento mais sedutor do RJ.

Fidelidade x Lealdade


Tenho refletido sobre a questão da fidelidade e quanto eu mais eu penso a respeito, menos eu a compreendo. Não consigo entender por que as pessoas insistem tanto nesse ponto. A maioria acha que fidelidade é prova de amor, mas para mim amar é querer que o outro seja feliz e pleno. E como alguém pode ser feliz se tiver que se anular e reprimir sua natureza? Claro que não podemos dar vazão a todos os nossos instintos, caso contrário, viveríamos no caos, nos mataríamos uns aos outros, o estupro correria solto, entre tantas outras abominações. Verdade que estamos a caminho, mas ainda não nos tornamos piores do que Sodoma e Gomorra. Ainda assim fico pensando qual o propósito da fidelidade?
Já viram como os homens têm uma outra visão da fidelidade? Como eles sabem separar sexo de amor? Para eles, sair com uma outra mulher que não a sua companheira, não significa que eles não a amem mais ou que não sintam mais desejo por sua namorada ou esposa, significa tão somente que eles se sentiram atraídos por uma outra fêmea e seguiram seus instintos. No entanto, as mulheres fazem um “cavalo de batalha” porque acham que estão sendo traídas. Se agarram à fidelidade como se esta fosse o único meio para manter uma relação, como se fosse uma corrente de ferro, que uma vez fundido o último elo, torna-se indestrutível. O que ocorre é que quase todas as mulheres são reprimidas sexualmente, não têm coragem para romper os grilhões sociais e usam a fidelidade para castigar os homens por sua liberdade sexual, como uma espécie de vingança. Só que no final das contas são elas que ficam com o sofrimento e o gosto amargo na boca, pois são raros os espécimes masculinos que se submetem a tal condição. Elas não percebem que quanto mais tolhem o parceiro, mais eles buscam a liberdade em outros braços. Eles não querem uma carcereira, querem uma parceira, uma cúmplice e uma companheira. Homens não são cavalos de charrete para andarem com anteolhos e tampouco as mulheres deveriam ser!
O problema é que ainda temos uma visão romântica do relacionamento entre um homem e uma mulher. A Igreja, por um lado, com os seus “O que Deus uniu, o homem não separe jamais” e “Até que a morte os separe”; a literatura, por outro lado, com o “E foram felizes para sempre”, contribuem, e muito, para a cristalização dos valores. Nada contra a instituição CASAMENTO, o elemento complicador, ao meu ver, é a base sobre a qual ele é fundado. Explico melhor. As partes, quando se casam, exigem unicamente uma coisa: fidelidade. Só que esquecemos que esta “qualidade” não é natural do ser humano, é algo adquirido. Vejamos, o homem (raça), tal como os demais animais, obedece a um instinto primitivo de procriação; o homem (gênero) deve transmitir seus genes ao maior número possível de mulheres para garantir a multiplicidade e a sobrevivência da espécie. Cabe à mulher selecionar aquele que julgar mais forte e saudável para fecundar o seu óvulo, uma vez que seu processo de gestação é lento e doloroso, daí a necessidade de eleger um parceiro por vez. Porém, isso não quer dizer que este deva ser o único! Se fosse desta maneira, poderíamos ficar como na Arca de Noé e pronto: um par de cada espécie para todo o sempre. Amém!
Algumas leitoras argumentarão que, muitas vezes, os homens são os que mais exigem a fidelidade. Concordo. No entanto, o motivo que os leva a tal exigência é bem diferente do das mulheres. Nós (e me incluo apenas como gênero) depositamos a nossa felicidade no outro e com isso criamos uma dependência emocional, portanto se o nosso amado vai atrás de um outro “rabo-de-saia”, nos sentimos frustradas e fracassadas. Os homens, por sua vez, depositam na fidelidade a sua virilidade, ou seja, se suas mulheres vão para a cama com um outro, para eles é como se não fossem capaz de satisfazê-las, como se fossem meio impotentes e menos machos. A questão então é simples: nós queremos a fidelidade para nos sentirmos únicas, especiais e felizes; eles também querem a fidelidade para se sentirem potentes e viris. Pura insegurança de ambas as partes, porque todos somos especiais, únicos, sexualmente potentes e podemos ser felizes por nossos próprios méritos. Claro que com o outro é muito melhor, mas não precisamos jogar mais este peso nos ombros alheios.
O que quero demonstrar é que exigimos algo que é antinatural e, se é assim, por que impomos uma escolha única e perpétua? Será que não estamos elegendo a opção errada? Será que não seria melhor “exigirmos” do parceiro (a) lealdade em lugar de fidelidade? Não é mais desejável que a pessoa que está ao nosso lado sinta-se confortável para falar abertamente dos seus sentimentos e sensações do que forçá-la a reprimir seus instintos para satisfazer a uma vaidade? Vaidade sim, pois os fiéis são altamente narcisistas e egoístas; obrigam o parceiro a ser um reflexo de si próprios, uma vez que se acham perfeitos e não se importam se o outro está feliz com essa “opção”. Pensam que se eles podem refrear seus desejos, por que o outro não pode? “Se eu sou fiel, você também tem que ser!”. Os fiéis creem que possuem todas as qualidades do mundo e são capazes de satisfazer plenamente o parceiro e por isso acham um total desrespeito quando o companheiro olha para uma outra pessoa.
Atenção! NINGUÉM é perfeito. Ao longo da vida você pode se encantar por um sem fim de pessoas. Você pode, em uma determinada fase da sua existência, se apaixonar por alguém lindíssimo, carinhoso e generoso, mas as coisas mudam e, de repente, você dobra a esquina e conhece uma outra pessoa com características distintas que te completam melhor neste outro momento da sua vida. E agora? Você continua com o seu parceiro, mesmo sentindo-se infeliz, só porque jurou fidelidade? Ou você preferiria poder sentar com seu companheiro e dizer a ele que está se sentindo fortemente atraído por outra pessoa e tentar encontrar uma solução juntos? Logo, penso que deveríamos modificar o juramento que fazemos diante do sacerdote ou Juiz-de-Paz. Em lugar do: “Juro ser fiel, amar-te e respeitar-te na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza...”, deveríamos dizer: “Juro ser leal e verdadeiro, respeitar-te e amar-te. Ser teu(tua) companheiro(a) em todos os momentos de nossa vida, sejam eles bons ou maus até que a vida nos separe”. E de quebra ainda podíamos mudar os contos-de-fada e finalizá-los parafraseando os mais perfeitos versos do poeta Vinícius de Moraes: “E foram felizes enquanto ardeu a chama do seu amor”.
Antes que os fidelíssimos me crucifiquem, vou logo dizendo que não sou nenhuma especialista em relacionamentos, na verdade meus fracassos são mais numerosos que os meus sucessos (pois só agora estou revendo meus conceitos e soltando as amarras), mas eu aproveito o tempo em que estou sozinha para tentar compreender o mecanismo das relações. E cada erro que cometo é uma nova reflexão. Por isso, aviso que não estou me metendo a dar conselhos a quem quer que seja, estou apenas expondo minha opinião, tentando demonstrar uma nova perspectiva, um novo olhar sobre um velho tema. Quem quiser me seguir, que o faça; quem for fiel convicto, encontrou a sua metade da laranja e ambos são felizes assim, parabéns! Só peço a estes últimos que, por favor, ao iniciarem um relacionamento, perguntem ao ser amado onde ele se enquadra, pois a fidelidade pode ser um jugo pesado demais. Vou continuar preferindo a lealdade à fidelidade, não quero que a pessoa que esteja comigo seja obrigada a mentir para mim porque não consegue subjugar sua natureza. O bom da vida é ser feliz.

sábado, 24 de outubro de 2009

Mudanças


Hoje eu acordei pensando em uma frase que ouvi, há muitos anos atrás, da ilustre deputada Cidinha Campos, nos tempos em que comandava um programa na rádio. Dizia ela, em um quadro de debates, e também não sei porque cargas d'água essa frase veio à tona, o seguinte: “Homenagem a gente só deve fazer à gente morta, porque os vivos ainda têm tempo de fazer alguma 'titica'”. A nobre deputada me perdoe se as palavras não estão transcritas ipsis literis, mas creio que traduzem a essência do pensamento.
Pois bem, esse pensamento não me saiu da cabeça enquanto tomava o café, enquanto cozinhava (porque há vida inteligente na cozinha!) e fiquei refletindo se eu não deveria aplicar esse lema, vamos chamar assim, à minha vida. Será que eu não estou dando muita importância à pessoas que não merecem? Será que eu não estou deixando que estas pessoas envenenem minha existência? Será que eu ceguei para a realidade em relação a estas pessoas? Começo a achar que sim. No fundo todos cometemos esses enganos, nos deixamos guiar pelas aparências, pelas palavras, pelos sorrisos...
Então iniciarei uma faxina – dessas que a gente faz no computador deletando arquivos inúteis, corrompidos por vírus, programas ultrapassados e toda sorte de quinquilharias que se acumula no disco rígido do PC – na minha própria vida e no coração, principalmente. Como não tenho a menor ideia de como fazer isso em ambiente tão diverso do tecnológico, vou começando pelos sintomas para depois chegar à causa, ou seja, iniciar por aquilo que meus olhos veem para chegar ao que o meu coração sente.
Minha primeira ação se dará aqui neste blog que, como os primeiros leitores devem ter percebido, foi criado para expressar a minha paixão por um certo homem. Um homem que eu cri maravilhoso, inteligente, corajoso. Aos que partilharam do meu universo acadêmico, ao lerem o conto Gataryn e algumas das poesias deste blog, saberão de quem se trata; aos demais, peço desculpas, mas não revelarei seu nome. Não retirarei nada do que foi postado por achar que a obra tem mais valor do que a musa.
O fescenino continuará sendo o carro-chefe deste blog, presente nos contos e poesias; contudo, estou abrindo um espaço para as crônicas de temas variados, textos opinativos, etc. Portanto, meus amigos, não se espantem com as alterações!
Sabem, eu tive a honra de ser aluna de uma das melhores professoras de Literatura que eu já conheci na minha vida, chamada Angélica Castilho, e em uma de suas aulas ela disse algo como: “Para que gastar dinheiro no analista, se você pode resolver suas neuras em uma folha de papel?”. É, “Angelicat”, você tem toda a razão; nada como escrever para expurgar o veneno e ficar, senão leve como uma pluma, pelo menos elegante como uma felina. Obrigada pela dica ;)

domingo, 18 de outubro de 2009

Viva! Viva! Viva a amizade colorida!

Tudo bem, "vá lá", um relacionamento estável é ótimo! Dá segurança, paz de espírito e TÉDIO!
Adoro homem apaixonado que traz flores, leva para jantar, abre a porta do carro, puxa a cadeira (para que eu me sente e não ele) e todas essas gentilezas que o adestramento (ops! Desculpe, relacionamento) trazem, mas o problema é que na esteira vem junto o sentimento de posse, o ciúme e o controle. Começam aquelas malditas perguntas e cobranças: "Aonde você foi ontem à noite?", "Vai sair com as suas amigas? Que horas você vai voltar?", "Ai, você não tem tempo pra mim!", "Foi bom pra você? Te senti meio distante hoje...". Argh, mil vezes argh! Dá vontade de responder que eu estava por aí, que vou sair com quem eu quiser (e pode ser do sexo oposto), que o dia tem só 24 horas e os afazeres não respeitam o relógio e que não foi bom porque eu estava pensando nas contas que vencem amanhã e vou ficar no vermelho.
Que atire a primeira palavra aquele que nunca passou por isso com seu namorado (a)! Se você também nunca teve vontade de dar uma resposta "atravessada" àquelas perguntas do tipo inquérito policial, meu amigo, você é um santo ou santa e merece uma estátua em praça publica!
E confesse que não existe nada melhor para exterminar uma relação do que esse tipo de comportamento inseguro, rotineiro, "grudento"; isso acaba até com o tesão. Tenha dó!
Não sou contra o namoro sério, muito pelo contrário, até almejo um, contanto que as partes acordem que ao primeiro sinal de grudice aguda ou possessividade psicótica deve-se recorrer imediatamente à D. R. I. (Discussão de Relação Intensiva). Ambos devem estar cientes de que um relacionamento precisa respirar, precisa de renovação, precisa de novos estímulos que serão escolhidos pelo casal. O que vai ser é problema de cada um...
Depois de passar por este tipo de experiência, na qual eu parecia um pássaro engaiolado, conheci um homem que se tornou um grande amigo. Esta amizade foi gerando uma intimidade que foi se fortalecendo, se transformando em algo muito bom, gostoso, relaxante e divertido. Só que aí apareceu o que, na época, me parecia um problemão: ele não queria compromisso. Verdade que éramos felizes, mas como na minha cabeça felicidade de verdade estava associada ao namoro, comecei a sofrer terrivelmente. Chorava noites e noites achando que estava sendo usada, que ele não me amava, etc, etc. Tentava desesperadamente modificar o status da relação, mas ele, talvez mais experiente do que eu, resistia impiedosamente e dizia que isso seria o melhor para a nossa amizade.
Na verdade, eu estava sendo "doutrinada", minha mente estava sendo preparada para um outro estágio de relacionamentos; minha percepção estava sendo ampliada e eu estava me libertando da formatação convencional. Ele foi me mostrando que o amor não é uma coleira onde a gente põe o outro e fica passeando por aí, se exibindo pra todo mundo ver como se é competente e não se está ficando "pra titia" (o que de pior poderia suceder a uma mulher no tempo de nossas avós!); foi me fazendo ver que a infidelidade não se dá quando você demonstra seu interesse por outras pessoas e sim quando você faz o outro acreditar que é eternamente único; me fez descobrir que a sinceridade e a franqueza evitam muita dor no futuro e que isto é respeito pelo outro: não enganá-lo nunca.
Foi um aprendizado penoso e ainda o é. No entanto, hoje sou capaz de perceber que o amor possui múltiplas formas e manifestações e cada vez que eu reencontro esse amigo, nosso sentimento reacende como no início, nos compreendemos maravilhosamente, rimos juntos, não fazemos cobranças porque sabemos que não pertencemos um ao outro, não pertencemos a ninguém, só a nós mesmos. Não medimos nosso amor e temos consciência dele; sei que ele me ama da maneira dele, bem como eu o amo do meu jeito. E devemos ser especiais um para o outro, pois, apesar de outras experiências, sempre nos procuramos.
É uma amizade cheia de alegria (com alguns desentendimentos porque somos humanos), cheia de desejo e ternura. Ainda somos incompreendidos, muitos acham que somos promíscuos porque "ficamos", acham que somos egoístas porque não pensamos nos sentimentos do outro, mas a verdade é que somos generosos, pois estamos valorizando a liberdade de cada um, o direito de vivenciar seus sentimentos sem culpa. Acima de tudo nos respeitamos, porque sempre pusemos as cartas sobre a mesa.
À você, meu querido Luiz, meus sinceros agradecimentos.

domingo, 11 de outubro de 2009

Homem pós-moderno? Você? Bah!

É incrível como algumas pessoas gostam de complicar as situações que surgem em suas vidas, sobretudo quando envolve sexo. Algo que deveria ser divertido, prazeroso, light; nas mãos desses indivíduos se torna um "cavalo de batalha"!
Claro que, como mulher, estou me referindo aos homens, mas não de um modo geral. Existem aqueles que acompanham a evolução feminina, acompanham as mulheres que não querem mais fazer o papel de mocinhas românticas e teleguiadas. São poucos ainda, porém tenho certeza que eles andam por aí; são difíceis de encontrar, mas uma vez encontrados, são o deleite de qualquer mulher descomplicada e bem resolvida. Entendem que sexo é sexo, amor é amor e que ambos não precisam estar vinculados o tempo todo nem são excludentes.
No entanto, a grande maioria ainda se ressente quando "topa" com uma mulher que assume seus desejos, seu tesão e assumem (para grande pavor deles) o controle da situação. Mulheres que tomam atitudes, iniciativas, são geralmente rotuladas como "fáceis", "promíscuas", "vagabundas" e isso pra mencionar só os melhores adjetivos!
Muitos desses homens têm a decência de demonstrar seus valores logo de cara, o que nos economiza tempo, paciência, tesão e noites de sono; porém outros se apresentam como CORDEIRO EM PELE DE LOBO! Isso mesmo, não troquei as bolas não! Passam a imagem de homens bem resolvidos, modernos, de mente aberta, sem preconceitos, apregoam até a pós-modernidade do comportamento, mas quando se veem diante de uma mulher pós-moderna, aí tremem nas bases e fogem de nós como o diabo da cruz! Não sem antes terem dado bastante corda para que nos enforquemos.
Geralmente são lindos, fofos, solícitos, gentis e possuem os mais variados dons, Quase sempre esses dons são aqueles que funcionam como o canto da sereia. Eles tocam suas flautas e vão encantando, seduzindo até que, quando já estamos cara-a-cara com o indivíduo e chega a hora de mostrar a que veio, o sujeito simplesmente fecha a tampa do cestinho e tenta nos trancar lá dentro. Ah, tenha santa paciência! Se não sabe brincar, não desce pro play!
Recentemente conheci um assim. Um homem de uma beleza comum, dessa que se encontra nas ruas, porém dotado de uma arma que para mim é extremamente afrodisíaca: INTELIGÊNCIA. Minhas amigas, que também o conheciam, me perguntavam o que eu tinha visto nele e eu respondia: "Não sei". Mentira, eu sei sim! Eu vi um cara que sabia escrever poesias como poucos, poesias lindas, lindas, românticas e sensuais na medida certa; um cara que parecia ter a mente aberta por ter convivido com grandes pensadores e filsósofos da nossa era; um cara tímido, mas que parecia encobrir uma grande força vital e sexual.
Leitores, tesão é como infiltração em parede: começa pequenininho, mas com a convivência diária vai tomando a área. Esbarrando nele todos os dias, pronto, deu-se a desgraça! Mas qual não foi minha surpresa, queridos, ao colocar as cartas na mesa e vê-lo fugir vergonhosamente da raia! Foi só dizer o que eu queria dele, e não vai ser difícil para você imaginar o que é, para ter iniciada uma partida de xadrez no melhor estilo Harry Potter!
Eu poderia ter desistido dele ao primeiro sinal de alerta, mas o problema é que sofro de persistência crônica (grave defeito, senhores!). Desde de pequena minha mãe dizia que eu era a criatura mais insistente que ela conheceu, só parava de atormentar depois que conseguia o que queria. E por que com ele seria diferente? Eu já lhe disse que ele pode espernear, fugir, trocar de identidade, fazer plástica, se mudar para a estação espacial, que ainda assim eu não vou desisitir. Masoquismo? Baixa auto-estima? Eu não acho. Gosto de uma boa disputa. seja de palavras, seja de ações; gosto do duelo de idéias, de argumentos. de forças, de vontades. Sabe aquele ditado: "Dou um boi pra não entrar numa briga e uma boiada pra não sair"? Cabe direitinho aqui.
E para encerrar, faço um apelo: Homens, por favor, quando atravessarem o caminho de uma mulher decidida, resolvida e liberal, não fiquem "cheios de dedos" para falarem a verdade. Digam logo que não estão interessados com objetividade e franqueza. É simples, prático, poupa mal-entendidos e pode até gerar uma bela e duradoura amizade. Nós não somos feitas de porcelana, não vamos quebrar por conta de algumas palavras mais duras. Afinal, suportamos a dor do parto. E quem é que não aguenta nem uma unha encravada, hein?

A Volta



Aquele era um dia muito importante para o escritor Lucas Rosaes. Depois de dois anos de muito trabalho, finalmente iria publicar seu nono livro. Ele considerava esse o mais importante de todos os que havia escrito até então, pois além da criatividade, ele havia posto ali muito de autobiografia, num misto de realidade e ficção que até hoje não tinha tido coragem de experimentar. Tudo que escreveu em seus outros livros, ou eram fruto de sérias pesquisas, ou textos indiscutivelmente ficcionais. Claro que seus livros de poesias podiam ser apontados como precursores desse gênero intimista, mas em se tratando de poemas, quem pode afirmar que o autor está ali? Sempre se pode alegar que é tudo culpa do eu poético.
O lançamento seria numa aconchegante livraria na Travessa do Paço, no Centro do Rio de Janeiro, e, apesar da sua vasta experiência, um novo lançamento sempre lhe causava calafrios. Um escritor nunca está imune às críticas, ainda mais quando envolve uma noite de autógrafos aberta ao público, nunca se sabe o que pode acontecer quando se está cercado de estranhos, sejam eles fãs ou não. O evento estava programado para iniciar-se às 19:30h.
Naquele dia acordara tarde com uma leve dor de cabeça e uma sensação de que algo iria acontecer, mas não conseguia distinguir se seria algo bom ou ruim. Tomou sua caneca de café puro e um analgésico ao som de um cd de bossa-nova. Sua esposa já havia saído para sua jornada na faculdade e só se veriam no fim do dia. Sentou no sofá e folheou o jornal sem se deter em nenhuma página. Estava inquieto. Então foi para o computador e remexeu em alguns arquivos, parando em uma pasta nomeada “Poesias da Faculdade”, ainda dava aulas nessa instituição, mas agora estava envolvido em outros projetos e as aulas eram mais esporádicas. Começou a ler as composições; riu de algumas, retocou outras, tentando lembrar o que o levou a escrever cada uma. Quase ao final da página estava uma sub-pasta: “Especiais”. Levou mais de meia hora para abrí-la porque estava protegida por uma senha que ele não lembrava mais, mas depois de várias combinações conseguiu visualizar seu conteúdo. Ali estavam algumas poesias que ele havia feito para uma de suas ex-alunas, pois hoje ela já estava formada e ele nunca mais teve notícias suas, e outras escritas por ela para ele. A temática de todas era óbvia: falavam de amor, de desejo e sexo. Sua mente viajou para aquela época, que não estava tão longe assim, dois anos talvez; quando tiveram um casinho fugaz, transaram algumas vezes e só. Ele sempre deixou muito claro para ela que não poderiam ter nada de sério, que só poderiam ser amigos e ela, sem alternativa, acatou a decisão dele. Era incrível como conseguia lembrar-se nitidamente dela, uma das melhores alunas do curso de Letras, querida pelos colegas, pelos professores e pelos funcionários e desejada por ele. Dóris tinha um excelente senso de humor que o atraía e o apavorava ao mesmo tempo; ela era meio louca e ainda assim totalmente sensata, menina e mulher, ingênua e capaz dos comentários mais libidinosos. Todas essas contradições o deixavam sem chão e faziam com que pensasse que ela era perigosa, uma ameaça a sua paz de espírito e ele não era o tipo de homem afeito às tormentas. Recordou as tardes de loucura e prazer que teve com essa mulher, porque Dóris não era nenhuma ninfeta, apesar do seu rosto de adolescente e isso era o mais enlouquecedor: a experiência naquela “carinha de anjo”.
Lucas olhou para o relógio do computador e assustou-se ao perceber que horas haviam se passado naquela sessão nostalgia e se quisesse chegar a tempo ao seu compromisso, precisaria largar aquelas lembranças e meter-se imediatamente sob o chuveiro. O banheiro já estava meio escuro e Lucas decidiu que não ia acender a luz para tomar seu banho. Pôs os óculos sobre a pia, abriu a ducha quente e entrou no box. Podia sentir a presença de Dóris ali com ele. Ela adorava fazer isso no motel, tomar banho às escuras, dizia que aguçava os sentidos dos amantes e então faziam amor sob a água, com os corpos ensaboados. Imediatamente desligou o chuveiro e acendeu a luz. Vestiu o roupão e fez a barba. Sua esposa tinha separado toda a sua roupa para o evento e ele, não sabia se por gratidão ou comodismo, obedeceu à escolha. Verificou se estava tudo em ordem, pegou as chaves e saiu. Àquela hora a Avenida Brasil já devia estar um inferno e ele teria que enfrentar um engarrafamento cretino até chegar ao Centro. Maldita Dóris.
A livraria estava lotada. Alunos, colegas de profissão, escritores e familiares dividiam o ambiente aconchegante, com uma iluminação sofisticada e boa música, aguardando a chegada de Lucas Rosaes. Nas mesas e nas poltronas espalhadas pelo recinto rolavam conversas animadas e alguns já aproveitavam para iniciar a leitura de “Cinematografia amorosa: uma canibalização do sentimento”. Apesar do nome pomposo, o livro nada tinha de complicado, era apenas uma coletânea de crônicas, contos e poemas entremeados com pequenas análises psicológicas do comportamento humano frente ao amor em suas múltiplas formas. Quem lê pensa que Lucas é um expert no amor, mas não é preciso viver tudo o que se escreve para escrever bem sobre algo; basta, muitas vezes, ser um bom observador.
De repente ouve-se um burburinho e todos se voltam para aplaudir a entrada da estrela da noite. Sua esposa e o dono da livraria, Sérgio de Barros, um amigo dos tempos da universidade, vêm recebê-lo e acompanhá-lo até a mesa onde serão autografados os livros. Lucas Rosaes cumprimenta vários conhecidos e no caminho intercepta um garçom para servir-se de uma taça de espumante. Precisava relaxar, hoje estava mais tenso que o de costume nessas ocasiões. Enquanto posa para algumas fotos, uma longa fila de pessoas com seu livro em mãos aguarda pacientemente a sua vez de parabenizar o autor e recolher sua dedicatória. Lucas procura ser simpático com todos, conhecidos ou não, mas depois de uma hora seus dedos já começam a se ressentir do movimento repetitivo, os olhos ardem e a cabeça já está funcionando no automático. Não que fosse um escritor de grande fama, mas a sua atuação na mídia tecnológica lhe rendia uma certa notoriedade e a conquista de um grande círculo de leitores de todas as idades.
Aquela altura do campeonato, como dizem, seu cérebro já não fazia mais questão de registrar os rostos que lhe sorriam do outro lado da mesa. Respondia aos elogios com um sorriso tímido, sua marca registrada, e um “muito obrigado”. Não ergueu a cabeça para pegar o próximo livro da fila que era depositado suavemente em suas mãos por dedos longos e femininos. Por um instante levantou os olhos e perguntou:
— A quem devo dedicar?
— Pode ser “À minha melhor aluna...” – respondeu a mulher.

Por alguns segundos Lucas ficou petrificado, não podia acreditar que ela estava ali, na sua frente, depois de tanto tempo de ausência e justo hoje quando seus pensamentos vaguearam pelo passado.
— Dóris? É mesmo você?
— Você já teve alguma outra aluna tão boa quanto eu? – sorriu.
— Nossa, quanto tempo!
— Realmente... tempo demais.
— Tudo bem com você?
— Eu estou bem, mas acho que as pessoas aqui atrás de mim não vão ficar tão bem se nós engatarmos um papo agora. – brincou Dóris.
— Você tem razão. Acho que nem eu, já estou esgotado. Você vai embora agora?
— Não. Vou dar uma circulada por aí, acabei de chegar.
— Então nos falamos daqui a pouco, ok?
— Tudo bem. Capricha na dedicatória, como nos velhos tempos.

Pegou seu livro e seus dedos se tocaram. A conhecida eletricidade tomou conta de ambos. Agradeceu e cumprimentou a esposa de Lucas com um levíssimo aceno com a cabeça e um meio sorriso nos lábios. Os olhos de Lucas a acompanharam até perdê-la na multidão. Retomou os autógrafos mecânicos até o último leitor. Ao lado de sua esposa comeu alguma coisa e conversaram com alguns amigos que vieram comentar o livro. Com o pretexto de procurar um garçom que servisse água com gás, deixou-a em uma roda de amigos da faculdade e saiu para procurar Dóris, que não estava visível em lugar algum. Já estava achando que ela tinha ido embora quando ouviu sua voz inconfundível:
— Você deveria saber que estes saltos estão me matando.

Lucas olhou para uma poltrona em um canto da livraria meio afastado das pessoas, e lá estava ela em um vestido vinho de linhas básicas e decote insinuante e sandálias de salto agulha. Linda com aqueles olhos verdes destacados pela maquiagem e a boca carnuda com um leve brilho de gloss, que parecia convidar ao beijo.

— Desculpe a demora, mas a fila estava insuportavelmente longa.
— Além do mais, sua esposa precisava de um pouco de atenção.
— Verdade.
— Você não gostaria de sentar um pouco? Desse jeito eu vou ganhar além das bolhas nos pés, um belíssimo, e não menos incômodo, torcicolo.
— Claro. Mas no seu colo?
— Inadequado, mas delicioso.
— Dóris não provoque...
— Só posso te oferecer o braço dessa poltrona.

Lucas aceitou.
— Então Dóris, o que você tem feito? – perguntou um pouco nervoso.
— Revisando seu texto.
— Não entendi.
— Estou trabalhando como revisora na Editora A Malta.
— Sério? Então você leu meu livro antes de todo mundo?
— Privilégio para poucos.
— E o que achou?
— Maravilhoso como sempre e mais sincero também.
— Como assim, mais sincero?
— Senti um caráter autobiográfico que não estava presente nos livros anteriores.
— Caráter autobiográfico não quer dizer sinceridade. – rebateu Lucas.
— Ponto de vista discutível, que ficará para outra ocasião. Preciso ir embora agora. – respondeu Dóris já se levantando da poltrona. — Fique com o meu cartão, para o caso de você já ter esquecido o número, e me ligue. Tenho uma proposta profissional para te fazer.
— Proposta? Sobre o quê?
— Telefone e você vai ficar sabendo.

Dóris inclinou-se para beijar-lhe o rosto, revelando parte dos seios. Caminhou sinuosa pela multidão, que ainda tinha a esperança de conversar com o astro da noite, e desapareceu porta afora. Lucas ficou ali, olhando para aquele cartão, sem saber se o guardava no bolso ou jogava fora na primeira lixeira, não percebendo a aproximação de sua esposa.

— Lucas, algum problema, meu bem?
— Ahn? Não, nada.
— Você está aí, parado, segurando esse cartão. De quem é?
— Hmm. De uma representante de uma editora querendo fazer uma proposta.
— Ah. Guarda, amanhã você pensa nisso.
— É. É melhor mesmo.

Uma semana se passou até que Lucas conseguisse superar seus temores, mas agora estava decidido a descobrir qual era a proposta de Dóris. Pegou o telefone e discou o número. Nem precisou olhar para o cartão. Desejou que ela não estivesse em casa.
— Alô? – atendeu aquela voz familiar.
— Alô. Dóris?
— Sim. Quem está falando?
— Sou eu, Lucas.
— Ah, oi Lucas! Tudo bem?
— Tudo. E você?
— Tudo bem. Quem ventos o trazem até mim?
— É sobre a sua proposta. Estou curioso pra saber o que é.
— Olha, eu teria o maior prazer em lhe falar sobre isso, mas infelizmente tenho um compromisso agora e preciso sair em cinco minutos. Podemos marcar um encontro para falarmos sobre esse assunto pessoalmente?
— S-sim. Quando?
— Vamos fazer o seguinte: eu não estou com cabeça para pensar em um lugar nesse momento, então vou te dar a primazia da escolha, como sempre. Pense no que for mais conveniente pra você e me avise. Se nossos horários combinarem...
— Certo. Eu vou pensar e te dou um jeito de te avisar.
— Beleza, meu anjo. Sei que você odeia, mas o melhor jeito de me comunicar é o SMS, tá?
— Tá. Tudo bem. Eu vou tentar me entender com o celular. – Lucas respondeu entre risos.
— Então tá, meu amor. Vou desligar, preciso ir. Beijos.
— Tchau. Beijo.

Dóris continuava a mesma. Era como, se por um momento, o tempo tivesse voltado atrás com ela lhe chamando de “meu amor”. Com certeza tinha saído sem pensar, na pressa. Ela devia estar fazendo alguma outra coisa enquanto falava ao telefone e quando é assim nem se percebe o que se está dizendo. Olhou para o relógio e já estava na hora da sua aula. Trancou a sua sala e desceu pelas escadas até a turma T1. Ao final do dia enviou uma mensagem sugerindo um café discreto nas imediações da Tijuca, com dia e hora. Recebeu uma confirmação depois de uns dez minutos. Pronto. Agora já estava feito. Era só esperar pra ver.
No dia combinado, Lucas chegou ao café com uma certa antecedência, apesar de ter pensado em várias alternativas para “escapar” do encontro. Sentou-se à uma mesa no fundo do recinto e ficou observando o movimento. Pediu um expresso ao garçom. De repente, ela chegou. Cabelos soltos, uma calça jeans clara e uma camiseta branca, sandália de salto e uma bolsona. Por que será que as mulheres adoravam essas bolsas enormes? Pensou enquanto Dóris se aproximava da mesa. Ele nem precisou sinalizar para indicar onde estava, ela o havia detectado antes mesmo de cruzar a soleira da porta. Caminhava com segurança e desenvoltura por entre as mesas.
— Oi Lucas! – contornou a cadeira e deu-lhe um beijo no rosto enquanto ele se levantava. – Não se incomode, pode sentar.
— Oi Dóris! Como você está?
— Muito bem. E você?
— Também estou bem. Já estou tomando um expresso. O que você gostaria de tomar?
— Um chá está ótimo.
— De quê?
— Pode ser de maçã.

Lucas chamou o garçom e fez o pedido.
— Pois bem, aqui estamos novamente. Estou curioso.
— Então vou direto ao assunto. Lembro que na época da “facul” você escreveu um livro em parceria com um aluno.
— Sim. Foi um livro de contos.
— Exato. Não sei se lhe rendeu frutos, mas com certeza foi um grande estímulo ao meu colega. O que eu vou pedir vai ser mais benéfico para mim do que para você. Eu mandei alguns contos para uma editora. Eles se interessaram, mas disseram que ainda eram insuficientes para publicação devido à quantidade. Falaram que quando eu tivesse uma produção maior podia entrar em contato novamente. O que é plenamente compreensível. Quando eu os enviei, estava mais interessada em avaliar a qualidade da produção. Mas agora a vontade de publicar cresceu dentro de mim... Bem, o que eu queria é que você fosse meu parceiro nesse livro.
— Eu? Mas por que eu?
— Porque eu conheço a qualidade dos seus textos. Conheço suas poesias e seus contos. Adoro todos. E acho que nossos textos dialogam. A gente tem “química”. – arrependeu-se desta última frase. Tinha jurado não desenterrar o passado. Por si mesma e por ele.
— E sobre o quê são os seus contos?
— O tema é nosso velho conhecido.
— Ah, tá. Bem, eu nunca escrevi nenhum conto desse gênero.
— Eu , pelo menos, nunca li nada seu nessa linha.
— Pois é. Como é que eu vou entrar nisso??
— Eu pensei que você poderia contribuir com as suas poesias...
— Olha, Dóris, seus contos são muito legais, mas são bem fortes. A linguagem não chega a ser vulgar, mas é bastante contundente e...
— Lucas, tudo bem. Foi só uma proposta. Você pode ficar à vontade para recusar, ok? Eu acho suas poesias o máximo e quando falam de amor são capazes de tirar meus pés do chão. Eu achei que, por você ser mais refinado, isso daria um equilíbrio ao livro.
— Dóris, eu não estou me recusando, só fui surpreendido pela proposta. Vamos fazer o seguinte: eu vou pensar, tentar escrever alguma coisa que se alinhe com você e aí nós voltamos a conversar. Tá bom assim?
— Certo. Acho que podemos pedir a conta. Não quero mais tomar o seu tempo.
— Calma. Você ficou chateada?
— Não. Só não quero te atrapalhar mais. Imagino que você tenha uma porção de coisas pra fazer ainda, só pra variar. – respondeu nervosa. Já estava sentindo suas defesas ruírem.
— Engano seu. Eu marquei hoje porque, por incrível que pareça, não tenho mais nenhum compromisso.
— Nossa! Isso é um milagre! Há algum tempo atrás eu rezaria por isso!
— E desde quando você foi de rezar? – Lucas perguntou, em tom de brincadeira.
— Desde quando te conheci.

Lucas tocou a mão de Dóris, que estava sobre a mesa. Seus dedos se entrelaçaram e seus olhos se encontraram. Ela foi a primeira a fugir do contato visual. O garçom trouxe a conta, pagaram e saíram. Ao despedirem-se, na porta, o desejo falou mais alto e seus lábios se encontraram. Entraram em um táxi e foram ao único lugar que comportaria aquela paixão.
Despiram-se lentamente, com suavidade, com ternura. Dóris o beijava cheia de amor, um amor sufocado, recolhido; passava os dedos pelo seu rosto, pelos seus cabelos e puxava Lucas para si. Guiava a mão de Lucas pelo seu corpo, virando-se de costas para que ele a tocasse. As mãos dele passeavam pelos seios e pelo sexo dela, sentido a vibração e a umidade, brincando com os mamilos entumescidos, ao mesmo tempo em que sentia seu pênis crescendo ao contato com a bunda de Dóris. Ela gemia de prazer em seus braços. Foram andando, assim grudados, até a cama. Dóris se deitou e recebeu Lucas sobre seu corpo; suas pernas se abriram para encaixar os quadris dele. A vagina estava pronta para receber seu membro rijo, molhada e quente. Dóris chamava seu nome baixinho, entre gemidos e gritos de êxtase enquanto Lucas a penetrava vigorosamente. A cada estocada ele se derretia e sentia que o gozo se aproximava. Aumentou a velocidade até sentir que seu leite se espalhava dentro de Dóris, que estremeceu ao receber o jorro quente. Tinham atingido o orgasmo juntos e agora relaxavam nos braços um do outro.
Lucas se levantou para ir pegar uma água no frigobar e perguntou se ela queria alguma coisa. Dóris pediu uma Coca-Cola. Quando retornou, ela estava ajoelhada no colchão com os cotovelos apoiados na borda da cama, mexendo no rádio; o traseiro virado na direção de Lucas, praticamente se oferecendo para ele. Era irresistível. Pousou as bebidas numa mesa próxima e passou as mãos pelo cabelo para secá-las. Aproximou-se silenciosamente e enlaçou Dóris pelo ventre, puxando-a para si. Com a outra mão começou a masturbar-se, para enrijecer seu pau rapidamente. Ela fingiu protestar, mas com uma das mãos alcançou a bolsa. Abriu-a e retirou um tubo de K-Y. Abriu-o e o entregou à Lucas, que besuntou seu ânus com o gel. Aos poucos foi pressionando a cabeça do seu pênis contra o orifício até conseguir a penetração total. Dóris massageava seu clitóris e conduziu uma das mãos de Lucas para brincar em sua boceta, fazendo com que a penetrasse com os dedos. Estava indo à loucura, tocando seu pau através da membrana que separava os órgãos e ela, com a sua mão sobre a dele, pedia mais e mais. Gozaram novamente entre beijos, lambidas e sussurros.
Já eram quatro da tarde e decidiram tomar um banho para revigorar, pois estavam exaustos. Dóris ligou a hidromassagem e em poucos minutos a banheira encheu-se de espuma e água quente. Lucas sentou-se primeiro e Dóris encaixou-se entre suas pernas, apoiando a cabeça no seu ombro direito e apoiando os braços em suas pernas fortes. Lucas mantinha o braço direito na borda da banheira e passou o esquerdo sob o braço de Dóris para que pudesse acariciar os pêlos pubianos dela. Fundiram-se em um beijo longo e cheio de carinho.
Ao saírem do banho, perceberam que a tarde estava acabando e decidiram que já era hora de irem embora. Vestiram-se e Lucas pediu à recepção para encerrar o período. Aquela tarde havia sido uma bolha de ilusão maravilhosa, mas agora a realidade os chamava de volta.

“Na vida a gente só deve lamentar o que deixou de fazer” .(Jean Cocteau)

domingo, 4 de outubro de 2009


Você diz pra não dar bandeira

Mas eu já dei um outdoor

E o que é pior

Te dei meu coração.


Você não tá nem aí

Também não está aqui

Pisa nas minhas flores

Estraga o meu jardim.


Não quer nada de mim

E o que eu quero de você

É coragem