Nossa! Há mais de um ano que eu não sentia essa necessidade de escrever, mas hoje ela está transbordando, arrastando tudo como uma tsunami, revolvendo o fundo do lago. Uma ex-professora de Literatura Brasileira dizia que não existe terapia melhor do que escrever: sai mais barato que uma sessão com o psicólogo e, muitas vezes, é mais eficiente... Pois então vamos ao divã.
Hoje saí com um cara com quem eu estava conversando virtualmente há alguns dias. No começo o papo era inocente e parecia que ia resultar em mais uma amizade de internet, mas aos poucos a conversa foi tomando outro rumo, foi ficando mais picante até ficar claro que havia um interesse sexual de ambas as partes. Como toda romântica idiota, caí na besteira de querer saber se o rapaz tinha namorada e é claro que a resposta foi sim! Bem-feito para mim por perguntar, pois, às vezes, a ignorância é a madrinha da felicidade. Mas ainda assim resolvi continuar dando corda, uma vez que, a essa altura, meus hormônios estavam em ebulição e meu tesão já tinha atingido uns 7 pontos na escala Richter (estou mais na seca que a pobre da Gabriela antes de chegar em Ilhéus!).
Rolou um cabo de guerra para decidirmos onde seria o nosso encontro. Ele não se fazendo de rogado e deixando explícito que queria sexo, sexo, sexo e como todo macho que se preze, fez a dança do acasalamento direitinho: enviando mensagens no celular e no msn quase todos os dias e tomando a iniciativa da procura. Típico. Nem vou tentar negar que também estava louca para ser possuída por esse homem, mas lá no fundo do meu consciente, acho que também queria algo mais dele... então veio junto aquela sensação de que eu estava me comportando como uma puta.
Enfim chegou o dia do tão esperado encontro e durante o trajeto entre a minha casa e o locar combinado eu só conseguia pensar na namorada dele, em como eu gostaria que ela não existisse! Quando nos encontramos pude sentir que não era propaganda enganosa, o cara tinha pegada. Caramba, que mãos! Enquanto me tocava tive a sensação de que se não estivéssemos em local público eu tiraria a roupa ali mesmo e transaria com ele ouvindo o barulho do mar, mas quando me propôs irmos a um local privado eu...recusei. Eu travei. Todo aquele estigma de piranha, puta, vadia, descartável desabou sobre a minha cabeça. Li a decepção nos seus olhos.
Ao final da nossa aventura libidinosa decidi que devia ao menos honrar o jugo que tomei sobre mim e dar prazer ao rapaz. E ainda dizem por aí que o cão é o melhor amigo do homem, mentira, o melhor amigo do homem é a mão. Vi-o gozar pelos meus infalíveis longos dedos. Missão cumprida. Ele teve um arremedo de gentileza e me levou até o ponto de ônibus, o máximo de cavalheirismo que ele conseguiu exprimir depois da frustração. E lá fiquei eu, me sentindo ainda mais vagabunda, à espera do meu Mercedes-Benz com direito a motorista.
E diante desse desfecho melancólico comecei a me questionar: em que curva do caminho eu me deixei enredar por esses valores moralistas e retrógrados de que mulher não deve ir para a cama com um homem no primeiro encontro??? Justo eu que sempre considerei que o meu corpo pertence somente a mim e eu faço dele o que quiser e ninguém tem nada com isso!!!!! Como eu pude me fazer surda aos apelos desesperados do meu sexo e abdicar de uma tarde de prazer maravilhosa? Abrir mão de me satisfazer com um homem que preenchia todos os requisitos para isso? Acho que pensei com a mentalidade de quem faz dieta: se você não pode comer a barra de chocolate ao seu bel-prazer, melhor não comer nada! E se eu gostasse da transa e não pudesse ter mais quando me desse na veneta? Pois é, acho que agora eu não vou ter nada...nunca; o cara deve estar com raiva de mim. De onde eu tirei que me fazer de difícil naquele momento ia fazer com que ele ficasse ainda mais atiçado e, talvez, até largasse a namorada? Vênus, de onde eu tirei essa ideia?! EU NÃO QUERO O POSTO DE CORNA OFICIAL! Não quero herdar a galhada!
Agora estou eu aqui, me analisando com a tela do computador e torcendo para que Afrodite tenha misericórdia e não me deixe praticando a solitária ad eternum.
Nenhum comentário:
Postar um comentário