A coisa já vem rolando há muitas décadas, mas agora está atingindo níveis que ultrapassam qualquer limite, até o mais lasso. O que está acontecendo com as mulheres brasileiras? Onde foi parar o nosso amor-próprio? O que vejo atualmente tem me deixado envergonhada e triste; envergonhada porque também sou mulher – embora hajam várias classes de nós – e triste, pois o comportamento que grassa é depreciativo, pra usar o adjetivo mais delicado!
Vamos fazer uma busca, em nossas memórias, sobre a condição da mulher desde os tempos antigos. Comecemos pela condição feminina na Grécia de nosso mestre Homero; todos devem se lembrar que politicamente a mulher não tinha nenhuma representatividade e talvez valesse menos do que um escravo, pois esse pelo menos sabia ler e escrever. Naquela época, nós mulheres, não tínhamos quase serventia, basicamente éramos reprodutoras e governantas; a educação dos filhos corria por conta dos pais e seus preceptores e até a preferência sexual dos homens era por seus iguais, cabía-nos dar ordens aos escravos para assegurar o bom funcionamento da casa. Casos de luxúria pelo nosso sexo eram mais fáceis de se encontrar entre as lendas mitológicas e na conhecida história do Cavalo de Tróia, onde a bela Helena, esposa de Menelau, foi raptada por Páris. Não cabe aqui narrar-lhes esse episódio – facilmente encontrado em bibliotecas e na Internet – e sim assinalar como até em casos onde a mulher é o centro das atenções, ela é tratada como um mero objeto jogado de lá pra cá, como uma bolinha de tênis. Avançando no curso da História, fazemos uma parada na Idade Média, onde as mulheres eram consideradas piores que o demônio, a própria encarnação do Mal e, por isso mesmo, digna de todas as humilhações e baixezas a que pode ser submetido um ser humano; até um porco tinha mais privilégios do que uma mulher e se esta fosse plebéia, aí as minhocas da terra eram mais bem tratadas. Éramos seviciadas por reis, nobres, membros do clero, soldados, lavradores, renegados, leprosos e por quantos mais entrassem na fila do estupro! E assim continuamos, fazendo papel de moeda de troca, até aterrissarmos na Era Industrial, onde começamos a ter uma vaga idéia do nosso valor, primeiro como mão-de-obra, depois como cidadãs e na sequência como MULHERES. E é nesse ponto que tenho que concordar com Deus quando disse à Eva que não comesse da Árvore do Conhecimento. Ele já sabia que conhecimento sem sabedoria, sem moderação produz excessos desastrosos.
Surgem as feministas que, se por um lado lutaram pela independência feminina, por outro deram o primeiro passo para a destruição da mulher. Tudo bem que foi por causa delas que hoje nós votamos e galgamos altos postos na política nacional e mundial, foi por causa delas que nós podemos falar abertamente sobre sexo e temos vontade própria na cama, mas também foi por causa delas que hoje os homens nos tratam como iguais, tão iguais que eles não veem a menor necessidade de ser gentis! E o pior de tudo, foi através delas que nos empapuçamos de liberdade e vocês conhecem o ditado Quem nunca comeu melado quando come se lambuza! Estamos nos sentindo tão livres, tão independentes, tão donas do nosso nariz, que achamos que podemos fazer o que bem entendermos, sem nos importarmos com as consequências. Somos donas dos nossos corpos e podemos dispor deles como nos convier, certo? Certo, mas olhem só ao ponto em que chegamos quando não temos bom senso: estamos superexpondo o corpo feminino em troca de fama e de dinheiro. E o que ganhamos com isso? Quinze minutos na tela da TV? A capa da Playboy e um apartamento na Barra? O título de a mais gostosa da Sapucaí? E isso vale a nossa dignidade? Isso vale a perda do respeito?
É deprimente ver mulheres tão cheias de potencial se contentando e até lutando para serem reconhecidas como a boazuda do Carnaval ou a “Cachorra” do funk. Vejo belos exemplares do nosso sexo se acabando em academias só para poderem aparecer na avenida do samba exibindo um tapa-sexo do tamanho de um band-aid. Meu Deus, o que se ganha com esse show de vulgaridade? Talvez um caso com um magnata qualquer e um cartão de crédito sem limite. Mas por quanto tempo? Porque uma união com base no sexo, até vence, mas não convence, ou seja, dura pouco, pois o que conta mesmo é o intelecto. A mulher hoje mais parece um pedaço de filet mignon pendurado na vitrine do açougue ou uma lata de sardinha na prateleira do supermercado, quem estiver disposto a pagar o preço, leva a mercadoria.
Foi para isso que lutamos tanto ao longo desses anos? Foi a isso que reduzimos a conquista feminista na qual tantas de nós pereceram. Mulheres valorosas deram suas vidas para que hoje eu possa estar aqui escrevendo esse texto sem nenhum medo de ir parar na fogueira. Esse meu protesto é uma oferenda, é a minha maneira de reverenciá-las e agradecer por tudo que fizeram. Acho que liberdade tem que ser usada com responsabilidade. Batalhamos tanto para sermos reconhecidas e agora estamos involuindo, estamos voltando a ser um mero objeto, um joguete do mercado.
Estou legislando em causa própria sim! Não quero ser tangida como uma vaca ao sabor da moda, da televisão! Quero ser reconhecida pelos meus valores, por minha capacidade e não pela minha bunda ou pela quantidade de silicone do meu peito. Lembrem-se que a cabeça – de um ser humano “original” de fábrica – é mais pesado que o resto do corpo e, se a Natureza é sábia, por que os seios devem pesar mais do que o cérebro agora?!
Uma ressalva: antes que alguém diga que eu estou esculhambando as mulheres, quero me defender dizendo primeiro que também sou mulher, então posso criticar à vontade e depois, que reconheço que existiram mulheres maravilhosas, fortes, dignas, em posições de comando e que exerceram seu poder melhor do que muitos homens. Só pra citar algumas delas: Cleópatra, Mary da Escócia, Rainha Elisabeth, Joana D'Arc, Teresa D'Avila, Marie Curie, Ana Néri, Golda Meir, Margareth Tatcher, Princesa Isabel, Benazir Bhutto, Olga Benário, Madre Teresa de Calcutá, Anita Garibaldi, Zilda Arns, Raquel de Queiroz, Fernanda Montenegro, Glória Pires e Glória Perez entre tantas outras. E graças a Deus por elas terem existido e pelas que ainda estão entre nós, pois são elas que nos dão orgulho de levantar a cabeça e encher a boca pra dizer: EU SOU MULHER!
Vamos fazer uma busca, em nossas memórias, sobre a condição da mulher desde os tempos antigos. Comecemos pela condição feminina na Grécia de nosso mestre Homero; todos devem se lembrar que politicamente a mulher não tinha nenhuma representatividade e talvez valesse menos do que um escravo, pois esse pelo menos sabia ler e escrever. Naquela época, nós mulheres, não tínhamos quase serventia, basicamente éramos reprodutoras e governantas; a educação dos filhos corria por conta dos pais e seus preceptores e até a preferência sexual dos homens era por seus iguais, cabía-nos dar ordens aos escravos para assegurar o bom funcionamento da casa. Casos de luxúria pelo nosso sexo eram mais fáceis de se encontrar entre as lendas mitológicas e na conhecida história do Cavalo de Tróia, onde a bela Helena, esposa de Menelau, foi raptada por Páris. Não cabe aqui narrar-lhes esse episódio – facilmente encontrado em bibliotecas e na Internet – e sim assinalar como até em casos onde a mulher é o centro das atenções, ela é tratada como um mero objeto jogado de lá pra cá, como uma bolinha de tênis. Avançando no curso da História, fazemos uma parada na Idade Média, onde as mulheres eram consideradas piores que o demônio, a própria encarnação do Mal e, por isso mesmo, digna de todas as humilhações e baixezas a que pode ser submetido um ser humano; até um porco tinha mais privilégios do que uma mulher e se esta fosse plebéia, aí as minhocas da terra eram mais bem tratadas. Éramos seviciadas por reis, nobres, membros do clero, soldados, lavradores, renegados, leprosos e por quantos mais entrassem na fila do estupro! E assim continuamos, fazendo papel de moeda de troca, até aterrissarmos na Era Industrial, onde começamos a ter uma vaga idéia do nosso valor, primeiro como mão-de-obra, depois como cidadãs e na sequência como MULHERES. E é nesse ponto que tenho que concordar com Deus quando disse à Eva que não comesse da Árvore do Conhecimento. Ele já sabia que conhecimento sem sabedoria, sem moderação produz excessos desastrosos.
Surgem as feministas que, se por um lado lutaram pela independência feminina, por outro deram o primeiro passo para a destruição da mulher. Tudo bem que foi por causa delas que hoje nós votamos e galgamos altos postos na política nacional e mundial, foi por causa delas que nós podemos falar abertamente sobre sexo e temos vontade própria na cama, mas também foi por causa delas que hoje os homens nos tratam como iguais, tão iguais que eles não veem a menor necessidade de ser gentis! E o pior de tudo, foi através delas que nos empapuçamos de liberdade e vocês conhecem o ditado Quem nunca comeu melado quando come se lambuza! Estamos nos sentindo tão livres, tão independentes, tão donas do nosso nariz, que achamos que podemos fazer o que bem entendermos, sem nos importarmos com as consequências. Somos donas dos nossos corpos e podemos dispor deles como nos convier, certo? Certo, mas olhem só ao ponto em que chegamos quando não temos bom senso: estamos superexpondo o corpo feminino em troca de fama e de dinheiro. E o que ganhamos com isso? Quinze minutos na tela da TV? A capa da Playboy e um apartamento na Barra? O título de a mais gostosa da Sapucaí? E isso vale a nossa dignidade? Isso vale a perda do respeito?
É deprimente ver mulheres tão cheias de potencial se contentando e até lutando para serem reconhecidas como a boazuda do Carnaval ou a “Cachorra” do funk. Vejo belos exemplares do nosso sexo se acabando em academias só para poderem aparecer na avenida do samba exibindo um tapa-sexo do tamanho de um band-aid. Meu Deus, o que se ganha com esse show de vulgaridade? Talvez um caso com um magnata qualquer e um cartão de crédito sem limite. Mas por quanto tempo? Porque uma união com base no sexo, até vence, mas não convence, ou seja, dura pouco, pois o que conta mesmo é o intelecto. A mulher hoje mais parece um pedaço de filet mignon pendurado na vitrine do açougue ou uma lata de sardinha na prateleira do supermercado, quem estiver disposto a pagar o preço, leva a mercadoria.
Foi para isso que lutamos tanto ao longo desses anos? Foi a isso que reduzimos a conquista feminista na qual tantas de nós pereceram. Mulheres valorosas deram suas vidas para que hoje eu possa estar aqui escrevendo esse texto sem nenhum medo de ir parar na fogueira. Esse meu protesto é uma oferenda, é a minha maneira de reverenciá-las e agradecer por tudo que fizeram. Acho que liberdade tem que ser usada com responsabilidade. Batalhamos tanto para sermos reconhecidas e agora estamos involuindo, estamos voltando a ser um mero objeto, um joguete do mercado.
Estou legislando em causa própria sim! Não quero ser tangida como uma vaca ao sabor da moda, da televisão! Quero ser reconhecida pelos meus valores, por minha capacidade e não pela minha bunda ou pela quantidade de silicone do meu peito. Lembrem-se que a cabeça – de um ser humano “original” de fábrica – é mais pesado que o resto do corpo e, se a Natureza é sábia, por que os seios devem pesar mais do que o cérebro agora?!
Uma ressalva: antes que alguém diga que eu estou esculhambando as mulheres, quero me defender dizendo primeiro que também sou mulher, então posso criticar à vontade e depois, que reconheço que existiram mulheres maravilhosas, fortes, dignas, em posições de comando e que exerceram seu poder melhor do que muitos homens. Só pra citar algumas delas: Cleópatra, Mary da Escócia, Rainha Elisabeth, Joana D'Arc, Teresa D'Avila, Marie Curie, Ana Néri, Golda Meir, Margareth Tatcher, Princesa Isabel, Benazir Bhutto, Olga Benário, Madre Teresa de Calcutá, Anita Garibaldi, Zilda Arns, Raquel de Queiroz, Fernanda Montenegro, Glória Pires e Glória Perez entre tantas outras. E graças a Deus por elas terem existido e pelas que ainda estão entre nós, pois são elas que nos dão orgulho de levantar a cabeça e encher a boca pra dizer: EU SOU MULHER!
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