quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

GENTILEZA GERA GENTILEZA

“Com licença!”, “Pisei no seu pé? Perdão.”, “Desculpe, está meio apertado aqui!”, “Por favor, onde fica a rua tal?”, “Bom dia, Dnª Fulana!” e por aí vai. Tá difícil ouvir essas frases ultimamente? Pois é, põe difícil nisso! Agora todo mundo se tromba no Metrô, se espreme nos elevadores, é esmagado nos ônibus, se esbarra nas ruas sem sequer olhar para o outro, que dirá ser gentil. São os tempos modernos, de muita grosseria e desrespeito, tudo computado na conta da falta de tempo, da correria cotidiana. Mas eu nunca imaginei que se precisasse despender tanto tempo para ser educado!? Quantos minutos são gastos para cumprimentar o ascensorista do trabalho ou o motorista do ônibus que se pega todos os dias? E o zelador do prédio onde se mora? Não mais que dois segundos! Acho que esse tempinho não vai fazer falta na vida de ninguém, ninguém vai chegar atrasado por isso, tampouco vai cair a língua!

E se as pessoas não se dão ao trabalho desses simples gestos verbais, quanto mais os gestos mecânicos (no sentido do movimento e não no da banalidade)? Todos já viram a seguinte situação: num transporte lotado, entra uma senhora de idade ou uma mulher grávida e os homens, sobretudo os mais jovens, ao invés de se levantarem para ceder seu lugar, FINGEM que estão dormindo. Poucos são os que ainda lembram do que lhes foi ensinado por suas mães, porque podem apostar que isso foi ensinado, só que alguns têm Alzheimmer precoce e esquecem que um dia, se Deus permitir, também precisarão dessas gentilezas, quando as pernas já estiverem fracas para suportar o peso dos anos ou a barriga da sua esposa estiver pesando demais e causando inchaço dos tornozelos. Não estou apregoando que a gente deve se “abrir” para qualquer um, nem bancar o bobo alegre e sair cumprimentando estranhos na rua, mas podemos e devemos ser gentis com os conhecidos, amigos, namorados, etc.

Os pequenos gestos de gentileza não são supérfluos ou antiquados, como atualmente se pensa, são ações que ajudam a suavizar o cotidiano e o caos do mundo; auxiliam o relacionamento humano e amenizam a dureza da vida. A pessoa que recebe esses gestos sente-se feliz, importante, valorizada como ser humano. Amiga leitora, você não se sente lisonjeada quando um homem mantém a porta aberta para você passar, ou puxa a cadeira para você sentar, ou quando ele sai do carro e abre a porta do carro para você entrar? Nããão?! Que pena, eu me sinto super envaidecida, pois são pequenos gestos de carinho e atenção que sinalizam que eu sou importante para esta pessoa. E cá entre nós, são os pequenos gestos, mais do que os grandiosos, que enternecem o nosso coração e são guardados na lembrança para os períodos de escassez. E você leitor, não gosta quando sua namorada ou esposa escolhe aquele barzinho que você gosta por causa do chopp que ela nem toma, ou quando ela lembra daquele vinho que você adora e o traz para o jantar, ou quando ela tira bem a areia dos pés antes de entrar no carro? Tenho certeza que vocês homens adorariam que nos lembrássemos desses pequenos detalhes. E não seria uma delícia ler torpedos carinhosos no celular todos os dias? Ah, se nós parássemos em todas as lojas de eletrônicos e vocês em todas as de sapatos...

E por falar em telefones, pode existir maior falta de gentileza do que não retornar uma ligação, ou um e-mail ou uma mensagem de texto? Pode? Eu não sou a dona da verdade, nem quero ser, mas já estou na estrada há algum tempo para perceber que algumas coisas não são uma questão de obrigação e sim de educação e sensibilidade. Quando eu telefono para alguém e essa pessoa não está, fica claro que eu gostaria que ela me retornasse, pois tenho algo a lhe dizer; às vezes é um assunto importante, outras é apenas saudade, outras quero saber como está aquela amiga, se ela precisa de alguma coisa. Se for e-mail (e não sendo corrente, porque isso ninguém merece, nem o seu pior inimigo!) a cortesia da resposta é ainda maior, lembre-se que quem lhe escreveu reservou minutos do seu tempo para sentar e digitar uma mensagem. No entanto, os e-mails são um caso à parte, pois às vezes a caixa postal está tão cheia que não dá pra responder à todas as mensagens, aí sejamos condescendentes. Quanto aos SMS, esses, então, deveriam ser respondidos o mais rápido possível e sempre, pois levam apenas alguns minutos e não dão trabalho nenhum. Geralmente, nós escrevemos à pessoas com as quais temos ligações afetivas ou profissionais, o que faz com que nos ponhamos no lugar de quem escreve e sintamos a desagradável sensação de ficar aguardando uma resposta; agora se você não conhece quem lhe enviou uma mensagem ou não tem o menor apreço ou respeito por quem lhe escreveu e quer que essa pessoa esqueça que você existe, aí NÃO RESPONDA mesmo! Isso vai soar como um “EU NÃO TE SUPORTO, TE DESPREZO, VÊ SE TE MANCA!”. E a frequência da ausência demonstra o grau do menosprezo dispensado, viu? Se você já passou por isso sabe como a sensação é horrível...

Enfim, vamos nos lembrar do profeta Gentileza e seguir seu exemplo, vamos espalhar gotas de cortesia, vamos sentir como é gratificante tratar bem as pessoas, sorrir, agradecer, cumprimentar, retribuir, ajudar, pois como dizia minha santa avó: “A gente deve tratar os outros como gostaríamos de ser tratados.” Sábio, não?

domingo, 24 de janeiro de 2010

Amigas: Pilares da Terra

“Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito” já diz a canção, mas amigo, quando verdadeiro, é pra se guardar à sete chaves, dentro de cofre ultraprotegido! Poucas coisas são tão importantes quanto uma amizade confiável, amizade que você pode contar nas melhores e nas piores horas.

A intensidade de uma amizade, por vezes, pode ultrapassar a de um casamento, pois enquanto o cônjuge, na hora de um aperto ou numa traição, pode “cair fora”; o amigo está lá, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, segurando as nossas “barras”, secando as nossas lágrimas, rindo os nossos risos, nos tirando de várias “roubadas”. Essa pessoa tão especial compreende as nossas fraquezas como se fossem suas, perdoa quando a decepcionamos, aconselha e protege, nos defende com unhas e dentes quando somos atacados por seres invejosos e nocivos.

Há muitos anos atrás eu estava lendo Na sala com Danuza, de Danuza Leão, livro maravilhoso, cheio de charme, humor e sábios conselhos, um verdadeiro manual de sobrevivência para a selva dos nossos dias (Já estou divagando!), quando deparei-me com um capítulo dedicado às amizades; ali encontrei uma passagem que, entre tantas outras, me chamou atenção: “Adoro a história de alguém que, perguntada sobre quem era sua melhor amiga, respondeu: 'Depende. Para falar de moda, Susana. De receitas, Joana. De doenças, empregadas, Mariana. Para viajar, Regina. De problema de filho, Odete. De namorado, Ana. De dieta, Márcia.'”. E, refletindo sobre isso, percebi que é a pura verdade, não existe o amigo perfeito, que preencha todas as lacunas e supra todas as nossas necessidades. Nossas amizades são como o patchwork, um mosaico de pessoas, que quando olhadas de longe, formam as mais belas imagens.

Eu, por exemplo, tenho três grandes amigas. A primeira delas é minha mãe, amiga rigorosa, que me põe “na linha”, cobra resultados e faz com que eu pense duas vezes antes de tomar uma decisão importante; sei que posso contar com seu amor incondicional, pois até quando eu erro, mesmo tendo que corrigir o que fiz, sei que seu perdão é certo; com ela falo sobre a vida, sobre o mundo, sobre o futuro e sobre as lembranças. A segunda (e não é por preferência, viu? Amo as duas da mesma forma!) é a Fátima, adorável, engraçada, me faz rir quando estou com vontade de chorar, seca minhas lágrimas, mas também não me dá trégua, aponta meus defeitos – principalmente com os homens – e me dá conselhos de “gente grande” embora seja a mais jovem do trio, grande parceira de trabalhos, é a minha benjamin. Pequena na estatura, mas enorme na força; é a mais realista de nós três; é a amiga com quem falo sobre trabalho, sonhos, homens. A terceira, e não menos importante, é a doce Fernanda, uma “irmã” compreensiva, carinhosa, sempre pronta pra me dar colo, tem um coração enorme e uma paciência de Jó, às vezes consegue ser mais ingênua do que eu, mas talvez por isso mesmo seja mais indulgente comigo. Com a sua diplomacia já apaziguou muitos desentendimentos e salvou a nossa amizade. É a amiga dos assuntos do coração e dos sentimentos mais dolorosos.

Ah, sinceramente, eu hoje não sei o que seria de mim sem elas! Foram fundamentais durante a faculdade e agora, são os meus pilares para atravessar essa fase triste na qual me encontro. Não é a primeira que atravesso, mas é a primeira que elas presenciam. E eu nem sei porque tá doendo tanto, mas tá dificílimo de superar... Confesso que tem coisas que eu não conto para as duas por vergonha do que elas vão pensar. Fátima, às vezes, acha que eu sou muito mole com os homens, dou, como ela diz, “muita moral” para eles e é por isso que eles fazem o que fazem comigo. Já a Fernanda diz que queria ter a metade da minha ousadia para lidar com eles, que eu sou muito corajosa. Amiga, acho que essa ousadia toda não está dando muito certo!? Elas me deixam meio confusa, mas no final das contas, uma “abre meus olhos” e a outra levanta minha autoestima. Tá equilibrado!

São minhas parceiras de trabalhos, de farras, de vida; são minhas confidentes, são meu esteio, sem elas não teria atravessado metade do que atravessei. Cada uma, a seu modo, me sustenta com suas palavras e com seu carinho.

Apesar desse meu jeito displicente, dos meus períodos de reclusão, dos meus sumiços, quero que saibam que amo vocês! Mãe, você é tudo; Fernanda, Fátima, vocês são meus anjos, são mais do que amigas, são as irmãs que eu não tive. Sempre vamos nos proteger. Obrigada por tudo!

SUPER GÊMEAS: ATIVAR!

sábado, 16 de janeiro de 2010

E do ar do renascimento

Bem, esse é um texto dedicado, que eu nem preciso dizer que é para vc, amore, e para todos aqueles que precisam de um "empurrãozinho" para sair da inércia emocional. Sei que muitos vão questionar: "Como ela pode escrever sobre isso se está sempre se queixando da sua vida amorosa?", e eu respondo, de antemão, que se eu me lamento das minhas desventuras emocionais em série é porque estou viva, é porque eu não desisto de tentar acertar, é porque eu não me encolho num canto por medo de sofrer. "Quebrar a cara" faz parte do doloroso e longo processo de crescimento.
Eu, e muitos leitores, já passamos por algumas separações na vida: separações de amigos que vão para outros lugares e tomam outros rumos, separações de entes queridos cuja missão nesta terra já foi cumprida, separações de amores que cansaram de nós e nós deles. Dos amigos sentimos saudades, mas sabemos que eles estão a um clique de distância; dos que já se foram sentimos a dor da perda irreversível, mas dizemos que a vida tem que continuar. Então por que na separação de um amor algumas pessoas querem se enterrar no medo? Por que alguns se refugiam na própria insegurança ou no sofrimento?
O que eu vejo é muita gente (e você) procurando desculpas para fugir da liberdade, porque já estão tão acostumados ao "cativeiro", que lhes falta coragem para tomar a vida nas mãos, pois isso acarreta escolhas, escolhas pessoais e intransferíveis que não poderão ser creditadas na conta do outro se forem as erradas. Por mais traumática que tenha sido a experiência anterior, muitos acham que é pior ser livre no deserto do que escravo no Egito (Êxodo 16:3), ou seja, é melhor ficar lambendo as feridas e vivendo do passado do que abrir o coração e buscar um novo amor. E olha que alguns sortudos nem precisam procurar, o novo amor, literalmente, toca seu interfone, mas esses Mr. Magoos fazem cara de paisagem e, muitas vezes, perdem o bilhete premiado!
Olha só, gente, a vida está passando! De nada vai adiantar ficar se lamentando, dizendo que o ex fez isso e aquilo... A melhor resposta que se pode dar é viver, partir para outra e ser feliz, escandalosamente feliz. Sem essa de que não está preparado para um novo relacionamento porque essa desculpa não cola! Ninguém está preparado para o novo, para o desconhecido; no entanto, nós o vivenciamos todos os dias, a cada minuto. Assustador? Sim, mas já pensaram em quantas situações felizes podem estar contidas nesse "novo" relacionamento? Basta acreditar que amar vale a pena.
Meu querido (e demais leitores), o Ministério da Saúde garante: "Amar é benéfico à saúde". Amar faz bem ao coração e à alma, revigora, fortalece o espírito e dá motivação para enfrentar o dia-a-dia (já percebeu que quando se está apaixonado os problemas são mais fáceis de resolver?), rejuvenesce, faz bem à pele, ao cabelo e aos olhos; o ato amoroso relaxa, emagrece e traz bem-estar mental. Como é bom beijar, abraçar, andar de mãos dadas, deitar no colo, sentir as mãos da pessoa amada acariciando seu corpo...
Por que deixar para amanhã a felicidade que se pode ter hoje? Não estou tratando de prazer imediato, barato, desses que se compram em qualquer esquina; não, estou falando do prazer carpe diem, da felicidade de viver o amor agora e não depois, pois pode não haver depois, pode não haver tempo! Não estou agourando ninguém, nem sendo fatalista, mas quero que você(s) lembre(m) que a vida é curta demais pra desperdiçar tempo preocupado(s) com incertezas, medos, inseguranças e traumas. Tenham sempre em mente que o amor, quando genuíno como o de irmãos, de pais e filhos, nunca pode ser roubado ou destruído, estes sobrevivem ao tempo e às intrigas; porém o amor Eros, esse, pode morrer por inanição e descuido.
Então, a todos os que estão na dúvida se devem ou não se entregar a um novo amor, a uma paixão, vai aqui a minha sugestão: liberem seus corações, atirem o passado no abismo, amem muuuuuito e se deem o direito de ser felizes, parem de se boicotar e de boicotar quem quer amar vocês.
O "luto" já acabou. É hora de renascer!